Foi fundado no dia 28 de agosto de 1938. Fica situado na Rua
Vicente, nº 5, Macau-RN
Das memórias de Zé de Damiana, trabalhador e ativista político dos
quadros do Partido Comunista Brasileiro em Macau [RN]. Parte 3 [Entrevista de
Zé de Damiana em janeiro de 2010 para a monografia do Professor Jailson,
extraímos alguns trechos que estamos publicando neste sítio.
Era uma escravidão. As coisas veio melhorar em 1934 e 1935 quando começamos
a nos organizar para fundarmos um sindicato. O trabalhadores de Macau sempre
tiveram o objetivo de não se associar aos de Mossoró. Eles eram mais fortes
porque juntava os trabalhadores de Mossoró. Areia Branca e Grossos e então nós
ficávamos em desvantagem, porque era três contra um. Então veio uma comissão de
trabalhadores de Mossoró, mas nós resolvemos não se juntar a eles. Nesse tempo,
quem liderou os trabalhadores de Macau foi Venâncio que alugou um prédio
próximo da cooperativa do Matarazzo. Logo depois se mudou para o mercado velho.
Tinha um quarto desocupado do lado de cá, ai alugaram. Mas, primeiro me juntei
aos Estivadores e depois mais tarde ao salineiros.
— Se falava em Manoel Torquato por aqui?
— Sim, mas Manoel Torquato era de Mossoró.
— Mas ele tinha alguma influencia aqui?
— Não, mas foi uma época [ 1934/1935] em que houve um estreitamento de laços
com Mossoró, mas nós fomos nos afastando porque Venâncio que era nosso líder
não queria que ficássemos subordinados a Mossoró.
Em 28/08/1938 foi fundada a Associação dos Trabalhadores em Salinas de
Macau, com Venâncio Zacarias de Araújo na presidência que funcionou
provisoriamente na Delegacia do Sindicato dos Marítimos. Em 11/11/1948 a
Associação recebeu a Carta Sindical do Ministério do Trabalho, tornando o
Sindicato dos Trabalhadores da Extração de Sal de Macau tendo como presidente
Venâncio Zacarias. Dados da obra Das Salinas ao Sindicato – A trajetória da
Utopia Salineira, do professor macauense Francisco Carlos Oliveira de Sousa.
3] Em 12/02/1944 foi fundado o Sindicato dos Estivadores de Macau. Da obra
Um Rio Grande e Macau, de Getúlio Moura.
4] O período enfocado na entrevista 1934/1937 é marcado pelo insucesso da
Insurreição Comunista de novembro de 1935 e a perseguição a comunistas e
sindicalistas que se seguiu. O PCB, com boa influência entre os trabalhadores
da região de Mossoró tentava unir os trabalhadores salineiros em torno de uma
só organização sindical.
Mais sobre o assunto:
Das Salinas ao Sindicato de Francisco Carlos Oliveira de Sousa, Natal,
CEFET-RN Editora, 2007.
A Insurreição Comunista de 1935 de Homero Costa, Natal/São Paulo,
Cooperativa Cultural da UFRN, Editora Ensaio, 1995.
Um Rio Grande e Macau de Getúlio Moura, Macau, Imperial Casa Editora da
Casqueira, 2005.
História do Sindicalismo no Rio Grande do Norte de Geraldo Sabino, Natal;
Edições Clima, 1985
Minhas Tamataranas de Floriano Bezerra de Araújo, Natal, Sebo Vermelho, 2009
Trabalhadores, Sindicatos, Cidadania – Nordeste em tempos de Vargas de
Brasília Carlos Ferreira, Natal/São Paulo, Cooperativa Cultural UFRN/Edições Ad
Hominem; 1997
O sindicato do Garrancho de Brasília Carlos Ferreira, Mossoró, Fundação
Vingt-Un Rosado, 2000, Coleção Mossoroense;
Manoel Torquato de Gilberto Freire de Melo; Mossoró; Fundação Vingt-Un
Rosado, 1999, Coleção Mossoroense.
Tecnologia e Desemprego, de Ademir Araújo da Costa, Natal, UFRN/CCHLA, 1993.
O Sal Economia em Questão, de Geraldo Margela Fernandes, Coleção
Mossoroense, 851, UFRN/CCHLA, 1995, Natal.
FONTE – O BAÚ DE MACAU
